Um ano passado...e uns dias. O silêncio não perdoa mas não me votei a ele. Também não me auto-ostracizei (com hífen embora as modas ditem diferente). Voltei a mim sem deixar de ser eu. Um exercício de amalgamação.
Como é hábito as linhas acumulam-se aleatoriamente num qualquer pedaço de papel que a tinta falhou preencher. Estas sobre patrimónios e heranças. Numa viagem de comboio. Também um hábito.
Como é hábito as linhas acumulam-se aleatoriamente num qualquer pedaço de papel que a tinta falhou preencher. Estas sobre patrimónios e heranças. Numa viagem de comboio. Também um hábito.
Herança
Não há pudor.
Não há tacto, piedade que
Conceda espaço a
Uma casa branca caiada de cinzento
Com um azulejo mirando
Colmeias.
Não há tempo que se
Negoceie em prol desse quintal
Rude
E as paredes que se erguem são
De betão, barato,
Telhados de asbestos.
Não há pessoas nem aldeias.
Só o progresso, o capital.
E um sorriso cirúrgico
Impresso numa qualquer brochura
De um novo condomínio.
Cansam-me os contrastes.
M.S. 28-12-2007
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