Monday, August 29, 2005

Query

Unsolved/unsolvable questions on human nature
til what extent can one stand silence?
how much of nothing can one bear?
how is one to cope with infinty?
how can i breathe in your absence?
how is one to tolerate distance?
who is to care about grievance?
how can people die in hunger?
what fear is necessary to survival?
how do people bathe themselves in anger?


28-08-05 M.S.

Friday, August 26, 2005

Dit was het nieuws*

Previdências

Algures por entre as entranhas
Das horas circula um
Visco com aroma de todos
Os significados seguros,
De todas as coisas.

Algures por entre uma fresta bafienta
De uma portada empenada,
No intervalo que demora uma tarde
De verão a crepitar sobre uma
Seara amarela,
Exalam-se todas as abstracções
Sobre a Humanidade dos seres.

Mas porque parado o Tempo não o é mais
Não se pode espectar
Não se pode segurar
a barra da saia dessa
Materna imobilidade absoluta
Que se escapa indomável.

Apenas o instante,
Apenas a recordação.

O travo da palha ao canto da boca.

26-08-05 M.S.

*estas foram as notícias

Wednesday, August 24, 2005

Retorno

Remotamente


Não tenho pressa de coisa nenhuma
Tomei-te em meu abraço
E fechámos os olhos
Deitei a cabeça em teu regaço.
Sem que tempo algum
Se manifestasse premente,
Resoluto.
As nossas mãos instrumentam
O bater dos segundos
Determinadas e
Descem a persiana,
A noite continuamente
Madrugada, e a
Teu lado
O aroma das coisas simples
Das subtilezas e cores primárias
Impregna-me de imagens vívidas e serenas.
De murmúrios, de cordas de viola
E de uma imensa, indelével
Certeza de paz.

21-08-05 M.S.

Monday, August 08, 2005

Mãos

amam-se as mãos


amam-se as mãos
à revelia de qualquer olhar inusitado
enleiam-se violenta e lentamente
como o sargaço afogando
um náufrago
em mar de suor e vontade


amam-se as mãos de unhas em riste
nas costas das mãos e
doces viagens entre polpas de uns dedos
e outros

amam-se as mãos e esses polegares
tornam-se ídolos
uma marca peculiar
de uma animalidade diferente
roubam-se polegares
à força com indicadores
e dedos médios

amam-se as mão
e explode a volúpia
espalhando-se por cada veia
de uns braços
para o cérebro
para o peito
para o sexo

amam-se as mãos
e a madrugada anuncia-se
iminente


08-08-05 M.S.

Tuesday, August 02, 2005

Matinal

E o Sol radiando imperioso pela manhã
Sobre o rosto
Sobre as pálpebras, fugindo
Os olhos à luz quente,
Ao som do vento nos carvalhos
americanos verdes de verão
Promessas rubras de outono

E a vida escoando por confluências
Motorizadas, por travessas sujas e claras
Descendo rumo ao Mar matinal
De ideias, saudações e futuro.

E azulando em redor deste cenário
Benfazejo
O límpido do céu.

M.S. 02-08-05