Wednesday, August 24, 2005

Retorno

Remotamente


Não tenho pressa de coisa nenhuma
Tomei-te em meu abraço
E fechámos os olhos
Deitei a cabeça em teu regaço.
Sem que tempo algum
Se manifestasse premente,
Resoluto.
As nossas mãos instrumentam
O bater dos segundos
Determinadas e
Descem a persiana,
A noite continuamente
Madrugada, e a
Teu lado
O aroma das coisas simples
Das subtilezas e cores primárias
Impregna-me de imagens vívidas e serenas.
De murmúrios, de cordas de viola
E de uma imensa, indelével
Certeza de paz.

21-08-05 M.S.

1 comment:

Authors said...

Choc, I bow and thank... :)

Hypercondriac.. Para mim um poema é geralmente uma reminiscência, um retrato de um instante (intervalo por vezes) a ser congelado no tempo... ( "Frozen" a tocar nos meus ouvidos...coincidências/sincronias)
De modo algum eu me nego à evolução dos minutos ou sequer sinto que lhes seja imune.
Por outro lado, sim, doi-me a dor dos outros ainda mais quando esses outros se intersectam constantemente em mim.
A negação de qualquer amor é me custosa mas por contraditório que pareça por entre esse sofrimento percepciono infinitamente finos mas indestrútiveis raios de Luz.
Não posso deixar de me deslumbrar perante/recordando essas singularidades... não consigo...não o desejo.